segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Estudantes de direito da Ufes vão boicotar Enade

22/10/2009 - 13h20 (Guido Nunes - gazeta online)

Os alunos do curso de Direito da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) vão boicotar o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que acontece no dia 8 de novembro deste ano. Essa será a primeira vez em 12 anos que o curso realizará o boicote ao exame. Nos últimos anos, o curso de Direito sempre havia recebido a nota máxima.

Os estudantes argumentam que a realização do protesto é necessária pois o curso passa uma imagem que não é verdadeira por conta das boas atuações no Enade. Eles disseram ainda que o mérito é dos alunos e não da instituição e dos professores. A intenção com o boicote seria a de mostrar os problemas que existem no curso.

O coordenador geral do Centro Acadêmico de Direito da Ufes, Raphael Sodré, informou que a decisão foi aprovada em assembleia pela maioria dos cerca de 100 estudantes presentes. "A Ufes tem muito a melhorar, como a questão de projetos de pesquisa e de extensão do curso que não há compromisso do corpo docente como um todo e problemas com professores que dão menos aulas que poderiam."


Raphael Sodré, coordenador geral do CA de Direito - Os estudantes argumentam que a realização do protesto é necessária pois o curso passa uma imagem que não é verdadeira por conta das boas atuações no Enade
Os estudantes do curso que forem realizar o protesto vão comparecer aos locais de aplicação do exame, no entanto, vão entregar a prova em branco com um adesivo alusivo ao boicote colado na página da frente.

O coordenador do curso de Direito da Ufes, Gilberto Fachetti, rebateu as acusações dos estudantes e disse que os professores se manifestaram contrários ao boicote. "Os professores não fizeram monção de repúdio. Se trata de um posicionamento institucional contrário ao boicote. Isso não deve ser entendido como um repúdio ou desrespeito aos alunos."

Fachetti reconheceu os problemas do curso, mas disse que não será o boicote ao Enade que vai resolvê-los. "Nós reconhecemos que o curso tem uma série de problemas. Ninguém quer camuflar os problemas, mas gostaríamos que os estudantes viessem conversar conosco sobre esses problemas, mas eles não vêm."

O coordenador ainda ressaltou que não existe o descaso com projetos de extensão e de pesquisa no curso de Direito e que existem projetos sendo realizados. No entanto, reconheceu que a quantidade deles ainda não é a ideal.

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